Entra. Entra neste mundo, meu amor.
Já estás há muito tempo a vaguear em labaredas de gelo…
Eu continuo a acerar-me, a esperar-te, a alardear-me.
És o meu alibi, és quem me faz tremer deste amor sedento.
És quem me faz querer olhares calados, desejos prazerosos.
Tento perceber se não és um mito criado, uma aura honrada.
Talvez, até sejas. Talvez esteja tão fora da minha mente,
Que até me tento enganar, vagarosamente, enternecedoramente.
Mesmo que não tencione, a minha alma está presa em ciladas,
Em repiques intensos, como o reluzir das nossas memórias.
Eu sempre poluí o meu seio com o fumo de cigarros,
Com oxigénio podre e gasto… Eu preciso de muito mais!
Preciso do teu respirar, de te sentir que somos iguais.
A minha pele está queimada de demónios, de leviatãs…
A tua de musgo negro, de loucuras pendentes. Em minha guardiã.
Entra neste mundo, meu amor.
Eu continuo a vaguear, sozinho e ansioso, em alto mar…
Continuo a sentir a água fria a percorrer os meus dedos,
A receber o que a brisa me dá, a receber o que mais pretendo.
Estou entregue à natureza, ao que me levou a ti...
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