Por onde tens andado? Quem te magoou? Quem te deixou nesse estado de melancolia?
Quem foi capaz de te tirar um pedaço que é teu, que é nosso?
Vejo-te a sangrares, oiço a tua respiração turbulenta, sinto a tua tentativa de voltares a viver.
Os gemidos das dores, que te trespassam a pele, que te enlouquecem na insanidade do que é amar.
Vejo cada detalhe teu a partir-se, a desaparecer por aí, a não querer mais voltar.
E eu choro, choro como nunca o fiz, cada lágrima derramada pesa-me sobre a cara,
E eu tento limpá-la, mas tu continuas assim. As forças faltam-me, a voz... também.
Estou aqui para tentar segurar-te, para te levantar deste chão movediço,
Para te fazer ver o quão importante é a vida.
Mas já nem isso te interessa.
Viver é o mesmo que morrer para ti. Sentir é o mesmo que fugir...
Oiço uma gota de sangue tua a cair, olho para ti e digo-te:
"Eu estou aqui, eu não te vou abandonar. O amor verdadeiro permanece sempre".
As lâminas que passaram pelo teu peito agora estão sujas de raiva,
De loucuras rasgadas dentro do teu âmago. De morte.
E eu grito, grito, grito. Mas as cicatrizes não foram fechadas.
As mágoas foram mais fortes que as minhas palavras.
Agora... agora só sei que te amei e amo como nunca antes.
E se tu fores, eu também vou. Já nada faz sentido para mim.
As estrelas esperam-me. O vento assobia-me.
E eu entrego-me.
Para um dia voltar a ser feliz.
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