O meu corpo está aqui, mas eu já nem me sinto.
Arrancaram-me o que mais precioso tinha: a sanidade.
Alguém tirou de mim o amor próprio, a pessoa que me amava, a minha vida.
É como se um tiro me tivesse posto o coração a sangrar e eu estivesse entregue à morte.
E apenas lágrimas caem pelo meu rosto, desalmadamente,
Estão intrínsecas ao meu âmago, coladas para sempre à negrura que me invadiu.
Neste momento, apenas guardo em mim as memórias de como éramos felizes.
Tenho visões, fantasmas que violam a minha solidão, sombras que me gritam perdão.
Estou entregue à profundidade da noite, em que suspiro o nosso amor.
E engano-me... sempre pensei que fôssemos intocáveis,
Mas nem capazes fomos de combater estes monstros... que nos engoliram.
Ainda a vacilar, lanço fogo para afugentar estes inimigos.
É um desejo que me invade o peito, leva-me mais alto, faz-me aquilo que isto pode mudar.
Posso ficar cego, ficar hipnotizado por quem me cospe veneno,
Mas vou correr mais rápido. Tenho de correr mais rápido.
Sou um animal em fuga. E não tenho medo de fugir da noite, à procura do sol.
Enquanto for vivo... nunca desistirei de lutar por aquilo que mais quero.
O nosso amor.
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