Solto um suspiro. Forço a respiração para tentar viver.
Mas custa-me sentir o ar a entranhar-se em mim. Eu sei que já não estou vivo.
Sinto as sombras a aproximarem-se de mim, oiço zumbidos enervantes,
Passos rápidos, o vento a arrepiar-me a espinha e um medo louco que me deixa hirto.
Agora estou em paz, sinto-me seguro mas ao mesmo tempo ferido por dentro.
O meu coração está partido aos bocados, foi esmurrado. E a minha pele?
A minha pele ensaguentada com a dor e o sofrimento dos outros.
Quem foi capaz de me tirar a vida? Quem foi capaz de me tirar tudo?
E os meus sonhos? As minhas loucuras? Os meus risos estonteantes?
Onde está tudo aquilo que eu era?
Tudo aquilo que eu era do teu lado? Porque me tiraram de ti?
Porque é que te levaram de mim?
Se eu não adormecer esta noite, saberei que enlouqueci para mim.
Talvez tenha vontade de fechar os olhos e sonhar com tudo que tinha construído contigo.
Talvez isto tudo seja mentira, seja um pesadelo e, quando eu volte a abrir os olhos,
O amor em mim volte a surgir.
Sinto-me corajoso mas com um pouco de medo.
Sei que está nas minhas mãos aquilo que sempre desejei: a felicidade.
E se o amanhã existir, beijar-te-ei a boca e a alma, de uma só vez.
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