Amo-te mais do que alguma vez pensei que era capaz de amar alguém...

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Olho para mim. Olho mais uma vez e tento desvendar aquilo que sou.
O espelho não me conhece, nem eu próprio me reconheço.
As avenidas e as ruelas que se atravessam agora à minha frente têm um outro ar,
Acrescentam-me alguma coisa. Consigo olhá-las de outra maneira.
E esta casa, que já foi só minha, não é mais a mesma.

Sempre pensei que o meu fim estava próximo.
O meu corpo estava gasto, derreado, e eu não estava capaz de protelar a parca.
O meu destino estava feito: estava entregue à infinidade do vazio.
O silêncio tornou-se no meu melhor amigo nestes últimos anos -
Precisava dele para tentar ouvir o barulho que tinha dentro de mim.

E, acredita, nunca te chamei, nunca quis que me arrancasses esta minha visão.
O meu futuro estava construído, não havia volta a dar.
Eu até prometi a mim próprio que não era capaz de voltar a amar.
Mas, desde que me entreguei ao teu âmago, que percebi que nunca amei ninguém.
Foste tu que quebraste com este ciclo, que me rasgaste o medo e que gritaste em mim liberdade.

E eu amo-te mais do que alguma vez pensei que era capaz de amar alguém...


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