
Isto não é um adeus. Não pode ser um adeus.
Não podemos virar costas a um mundo que nos segurou.
Abraça-me. Abraça-me de uma vez. Preciso do teu aperto para saber que estou aqui.
Oiço tiros lá fora, o fogo de artifício desfaz-se num suspiro aflito,
E as mãos começam a tremer quando menos esperamos.
Eu sei, nós não fizemos nada. Não cometemos o pecado.
Não jurámos praticar a maldade quando fechamos os olhos e percebemos que somos os mesmos.
Podemos errar, podemos magoar, mas fugimos do terror que mata todos.
Bum! Volto a ouvir tiros. Resguardo-me, protejo-me de quem anda lá fora,
E rezo para que hoje não seja o último dia da minha vida.
Olho de relance para a janela e só vejo sangue derramado,
Um mar vermelho apoderou-se desta cidade e apenas levou consigo revolta.
Não vejo ninguém neste mundo. Todos têm medo de morrer. Todos têm medo de viver.
O terror está em marcha. As guerras inúteis não acabem de uma vez por todas.
E nós... continuamos aqui, entregues a este mundo cruel,
Que a única coisa boa que nos deu foi juntar-nos num só.
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