Sou um ser do mundo.
Sou de mim próprio. Sou de quem um dia me deu à luz.
Sou da Lua e do Sol, e de quem me roubou o coração.
Neste momento sinto-me congelado, hirto, sem emoções.
Arrancaram-me o âmago e a escuridão assombra-me a cada minuto.
Mas não há que possa evitar, do que senão entregar-me àquilo que sou.
Posso ter medo de mim mesmo, mas quando sou do horizonte...
Não há maneira mais verdadeira para poder acreditar que ainda estou vivo.
O amor que eu sinto em mim pode estar estagnado, extinto
(Nem consigo pensar decentemente quando estou aqui),
Mas continuo com as minhas palavras à espera que alguém me segure,
Me dê valor, me volte a puxar para cima da superfície.
Porque agora sou um ser do infortúnio, do silêncio -
Mas a esperança faz-me continuar a caminhar.
Mesmo que dê pequenos passos,
Continuo aqui a respirar.
Livre.
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