Chegaste numa manhã fria, de forma arruinada e macilenta, 
E viste os últimos raios de luz à minha procura, meu amor…
Agora nada mais me resta. Apenas lágrimas e lembranças, 
Que se confundem com pensamentos de tortura, mutilação.
Apaixonado, fui apanhado, maltratado, em chapadas violentas,
Em esgares contundentes... Tento envolver-me na tua dor,
Mas tu já não existes… Nem tu, nem a minha perseverança…
Somente vou estacionar hirto, pálido, aqui, em evasão.
Não éramos duas almas… éramos metades de carnes, cortadas, 
E enjauladas em sentimentos puros. Violámos madrugadas,
Estrelas cadentes, dialetos mudos, estradas inacabadas…
Lembro-me dos momentos em que tocava nos lábios, e te beijava.
Lembro-me dos momentos em que a noite caía, e te imaginava
A abraçares-me, com toda a tua força. Apenas, sonhava… 
Sonhei poder partilhar-te todo o meu corpo, em realidade,
E fazer de ti a minha fantasia. Mas hoje só tenho saudades dos teus beijos…

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