Eu vejo pessoas a percorrerem ruelas sem qualquer sorriso,
Eu oiço balas a dispararem em fracos de espíritos, em inocentes...
E, receoso, tento esconder-me do que mais abomino: a guerra.
Mas os assassinos insistem em me terem, em esfaquearem-me.
Se o meu corpo for magoado, o meu coração também se perderá.
E eu preciso dele! (Ter-te junto a ele é o que mais preciso…)
De te ter presente, em prosas ardentes, em descrições eloquentes...
Quero que o vento me bata na cara, quero sentir a aspereza da terra,
Que te transformes em água e que apagues o meu fogo. Somente: tem-me.
Dá-me sóis, dá-me chuvas, dá-me tudo… Porque o amanhã me dará
O diamante em bruto, as nuvens brancas, o silêncio fervoroso…
(Eu só necessito de mil noites seculares, de ti, em toques imperiosos…)
Por isso, vou construir um novo mundo. Só nosso…
E vou levar-te comigo, fazer-te deslumbrar, fazer-te acreditar...
Vou compor, além de poesias, novos lugares em que possamos viver,
E vou largar os maus hábitos, os maus vícios. Porque, agora,
A minha maior droga és tu.
Lindo... Sam
ResponderEliminarParabéns, muito bonito.
ResponderEliminarhttp://palavrasmaisrimas.blogspot.com.br/
Simplesmente brutal!
ResponderEliminarPreciso de partilhar um texto que escrevi agora mas o anonimato faz parte. Deixo aqui aquilo que me fez chorar agora. Boa noite e grande texto mais uma vez.
Ele chora ao som dos gritos dela, os arrepios daquele som que odeia e diz-lhe “Por favor sê minha como já foste”. Ela ri, baixa a cabeça e pensa no que fez, no que podia ter mudado e grita o mais que podia, só para se ouvir, ouvir aqui, ali, onde quer que fosse. Ela queria chegar o sofrimento dele às pedras da praia onde se conheceram. Ele sofre sem dizer nada ao vê-la calada, o silêncio era assustador para aquele apartamento com uma rua tão barulhenta. De repente a música cerebral toca na sua cabeça, a lágrima cai e o sangue abunda. Ela fez-lhe o que não podia, o que não devia, mas mesmo assim fê-lo. Sentia-se a maior do mundo, a maior daquele céu cheio de mais uma estrela, pensado ela ser a maior de todas. Uma ilusão pensou ele! Vê-la com aquilo ali, parada e cheio dele, ele estava por todo o lado, as mãos sorriam de vermelho, ali paradas e a tremer ao mesmo tempo. “Não eras tu que me levavas à rua e gritavas como se não houvesse amanhã” disse-lhe ela. Choram os dois ao mesmo tempo pela primeira vez naquela noite, ele chora de amor e ela chora de ódio. A dor era agora mais intensa, ele sentia-se fraco por ela e pelas nódoas vermelhas perdidas numa camisola cinzenta. Ela não lhe dá mais nada a não ser o vazio das palavras, o vazio de tudo naquele espaço. Ele cai e ela levanta-se sorrindo e diz “Pensei a noite toda no vermelho, mas foi naquele que estava na outra camisola”. Os olhos dele iluminam-se e vê-a sair de pés descalços no meio da garrafa partida. Ele lembra-se do vermelho, aquele vermelho que tinha sido bom na noite anterior. O vermelho que o fez gritar de prazer, ali manchado da camisola do dia anterior. Este vermelho não o fazia gritar de prazer, mas sim gritar por ajuda. A voz era menos e os pensamentos cada vez mais. Só via vermelho nuns lábios e outro pelo corpo todo, o vermelho dele no chão do apartamento. A voz gritava de sofrimento, mas parou logo a seguir. Se alguém veio? Claro que veio! Se foi tarde de mais? Claro que foi tarde de mais. O vermelho já tinha saído todo, e ela, ela sofria à frente do espelho. Pele branca e rosas vermelhas faziam dela a mais bela mulher que já vira. Era tarde de mais para ele! Era tarde de mais para pará-la de se ver ao espelho. Ele desapareceu e nunca mais voltou aos seus pensamentos. Sentia-se que podia fazer tudo, que aquilo tudo era justificação para o que tivera acontecido. Foi tarde de mais para ele pensou ela! “É tarde de mais para mim” dizendo-o em voz alta! O choro chegou em lágrimas secas porque afinal, afinal era ela a vermelha rapariga, agora sozinha com um apartamento que fora barulhento, pronto para ficar silencioso!
Muito obrigado pelo texto e pela partilha. Continue a escrever e não hesite em partilhar a sua escrita comigo, porque terei todo o gosto em lê-la. Cumprimentos. :)
Eliminar"O amor é uma doença quando julgamos ver nele a nossa cura."
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