Já é tarde. As horas passam e eu continuo aqui entregue ao silêncio inóspito do meu corpo.
As palavras tentam sair-me pela boca, mas não tenho forças para exprimir
A maneira como o meu coração sente, neste preciso momento.
Há um vazio. Há um buraco que não tende a fechar.
As feridas não saram, apenas carpem de saudades. E o amor por ti também nunca termina.
É como se esta paixão estivesse colada ao meu corpo e não houvesse maneira de fazê-la desaparecer.
Sei que não havia muito mais para dizer.
Sei que, normalmente, não se dão segundas oportunidades. As revoadas quase não existem.
Sei que o orgulho, muitas vezes, costuma ser muito maior do que um amor eterno.
Isto até pode ser encarado como um jogo, em que o primeiro a desistir acaba por vencer.
Mas é a mágoa que acaba por ficar no final. São as saudades do toque, das juras de amor,
Das memórias que juntos fomos construindo, ao longo do tempo...
Que fazem de nós aquilo que somos hoje.
Não tenho certezas sobre o meu futuro. Posso olvidar tudo o que não interessa
Mas uma coisa é certa: eu nunca mas nunca te vou esquecer.
Mesmo que esteja no limiar da minha vida, perto da minha morte,
É de ti que me irei lembrar. É o teu sorriso que permanece em mim.
Prefiro ter uma vida em silêncio do que inventar uma história com outra pessoa.
Prefiro fechar os meus sentimentos num cofre e guardá-los para mim.
Porque aquilo que sentimos não serve para brincar,
Para enganar os outros, para criar ilusões daquilo que fomos e daquilo que podemos ser.
Um amor eterno é mesmo isso... eterno.
E, no fundo do meu âmago, saberei que juntos viveremos...
Nem que seja na recordação mais linda que ecoa dentro de nós.
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