Observo a miragem. E vejo-te. Vejo-te a milhares de quilómetros.
Mas nem a distância te afasta de mim, já habitas neste meu ser.
Em tempos já amei quem não devia, agora estou entregue a ti.
E a todas as noites em que passamos a abraçar-nos em alegorias,
E até mesmo a partilhar músicas… E, tudo isto, sem querer…
Tento procurar-te em ruas estreitas, em dédalos estridentes,
E, mesmo sabendo que não irás aparecer, esperas por mim.
Porque vou ao teu encontro. Porque apagaste o meu fogo.
Porque não aguento viver sem a tua presença. Em ousadias,
Quando inspiro, apenas te respiro. E não sinto melhorias.
Invadiste-me. Sim, foste tu que me fizeste acreditar - logo
No momento em que te olhei nos olhos, de forma tão ardente.
Segredo-me, e tento segredar-te os meus sentimentos…
(Mas, e se a ferida se abrir? Mas, e se tudo isto for em vão?)
Por ter medo que tudo acabe, calo-me. Até em pensamentos.
Eu continuo à tua espera na rua em que te deixei partir…
E irei ficar aqui por mais uns tempos. À espera que deixes tudo
E venhas ter comigo. Anseio-te, quero-te em mim. E deixar-me ir.
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