Tenho medo de mim mesmo...
Cada voz de cada pessoa apodera-se de mim. Entra, sem pedir, pelas minhas veias.
Deixa-me derreado, protelado, magoado. E puxa-me! E incendeia-me!
Puxa-me para o chão, para o fundo, para o escuro, e retine pelos meus ouvidos.
Viola a minha alma! E o sangue corre, sem hesitar, em mim. Estou perdido!
Estou assustado. Tenho medo de mim mesmo.
Em quem me estou a tornar? Sou o único que duvida de si próprio? O que sou eu?
Quando me olho ao espelho, apenas vejo quem me aleija, quem se ri de mim.
O inimigo está dentro de mim, e não pretende sair.
E diz-me que sou horrível, sou uma aberração. O que era eu morreu?
Quem me dera ser outra pessoa... Quem me dera acreditar no que sou.
Seria mais fácil lutar contigo do que comigo próprio. Serei o meu próprio inimigo?
E sempre que acredito no possível ele mostra-me que estou enganado.
Que sou fraco! E grita-me! Berra-me! E, sem me pedir, vive comigo.
Eu vivo num eco de silêncio. Estou cansado. Repito, estou cansado!
Apenas vem-me salvar! Solta esta voz de mim mesmo,
Diz-me o que mais desejo, e o que mais tenho sonhado.
Eu preciso que me tires do abismo, que este látego acabe!
Não tenhas medo de me amar por completo. Sem ti, perco o meu âmago,
A pureza do meu sentir. Sem ti, perco tudo.
Por isso, não hesites, e anda tirar-me todo o medo que sinto de mim mesmo.
0 comentários:
Enviar um comentário