Ser livre a amar

// Escreva um comentário

Pergunto-me: quem sou eu sem amor? 
As lágrimas continuam a cair no meu rosto, desalmadamente. 
Mas agora nada observo. 
O sangue que a minha alma chora esvai-se nas águas bravas, e eu nada faço. 
Tive coragem para partir mas não tenho coragem agora para me salvar. 
Se o arrependimento matasse, eu já estaria morto aqui e agora – mas persisto! 
O medo de morrer é maior do que o de viver. Percebi isso. Tarde demais… ´

Mas é difícil, tão difícil gritar ao mundo que ‘sou livre’. 
Que me livrei dos demónios passados, de quem um dia me magoou com palavras, risos, gestos e dores que não se apagam. 
É tão difícil voltar a nascer, queimar tudo o que me fez sofrer e tornar-me naquilo que eu sempre desejei ser. 
Ser como uma fénix. 

E não minto quando digo que tenho medo de mim mesmo. 
Cada voz de cada pessoa apodera-se de mim. Entra, sem pedir, pelas minhas veias. 
Deixa-me derreado, protelado, magoado. 
E puxa-me! E incendeia-me! 
Puxa-me para o chão, para o fundo, para o escuro, e retine pelos meus ouvidos! 
Viola a minha alma! 
E o sangue corre em mim, sem hesitar.




0 comentários:

Enviar um comentário