Pergunto-me: quem sou eu sem amor?
As lágrimas continuam a cair no meu rosto, desalmadamente.
Mas agora nada observo.
O sangue que a minha alma chora esvai-se nas águas bravas, e eu nada faço.
Tive coragem para partir mas não tenho coragem agora para me salvar.
Se o arrependimento matasse, eu já estaria morto aqui e agora – mas persisto!
O medo de morrer é maior do que o de viver. Percebi isso. Tarde demais… ´
Mas é difícil, tão difícil gritar ao mundo que ‘sou livre’.
Que me livrei dos demónios passados, de quem um dia me magoou com palavras, risos, gestos e dores que não se apagam.
É tão difícil voltar a nascer, queimar tudo o que me fez sofrer e tornar-me naquilo que eu sempre desejei ser.
Ser como uma fénix.
E não minto quando digo que tenho medo de mim mesmo.
Cada voz de cada pessoa apodera-se de mim. Entra, sem pedir, pelas minhas veias.
Deixa-me derreado, protelado, magoado.
E puxa-me! E incendeia-me!
Puxa-me para o chão, para o fundo, para o escuro, e retine pelos meus ouvidos!
Viola a minha alma!
E o sangue corre em mim, sem hesitar.
0 comentários:
Enviar um comentário