Prefiro partir do que esquecer-te...

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Fecho os olhos por uns bruscos momentos. 
Sinto-os tão pesados, tão negros, tão gastos que já quase nem tenho forças para voltar a abri-los.
Olho-me ao espelho e já nem me reconheço. É como tudo aquilo que me pertencesse tivesse desaparecido.
O meu coração ausente ainda bombeia, pouco já consigo respirar,
É como se o mundo estivesse a cair nas minhas costas e não conseguisse pôr-me de pé.
Talvez a noite venha e toda esta insignificância de sentimentos se evaporam,
Que a Lua venha para me buscar, para eu poder voltar a ser o que eu era.
Ninguém irá dar pela minha presença. A noite vai estar longa, todos vão estar a dormir.
E o vento que me assobia a pele parece que me acaricia,
Como se de um reconforto se tratasse.

Talvez esteja assim porque a tentativa de esquecimento é demasiado feroz. 
Quero esquecer de esquecer-te. Prefiro partir do que esquecer-te.
A nossa história. Que eu mais tarde descobri que odiavas o amor.
Vivi um sonho que acabou, descobri todo o meu coração,
Mas tudo em vão foi... e as memórias permaneceram.

Talvez a profundidade do meu olhar consiga desmitificar muitos dos meus medos.
Talvez precise de fugir para um dia voltar à superfície.
O meu plano agora é só um:
Viver.

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