Coração

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O âmago da minha carne. Tudo o que me atordoa e que me faz ser vulnerável.
A agonia de um gemido. E a ténue luz que se retine entre os meus ossos.
Eu parti o meu coração. O meu coração partiu-se. 
E partido o meu coração despoja-se de verdades,
De rasgos de brilhos, de resquícios de sonhos perdidos.
Prostrei-me no chão. E derreado encontrei novamente a essência do meu Eu.
Uns esfaimados pelas aureolas, pelas glórias sem coração, 
E eu sem rumo tento perceber para onde fugiu a minha ingenuidade.
Cada desilusão é como se fosse uma arma lacerante, que me atravessa,
E que me leva a acreditar que estou a morrer para nascer de novo.
Este é o meu pleito: ou nasço por amor, ou morro em dor.
Porque não as duas coisas? Porque não viver por inteiro, das duas maneiras?
Ser humano não é ser isto? Sentir não é um diapasão do coração?
Esqueci meu passado, fugi do meu presente e agora faço parte desta terra sem sabor.
Crispo os membros do meu corpo e aguardo pelo meu renascimento.
O esterco aventura-se sobre mim e eu não encontro um rumo.
As brumas invadem-me e eu sei que o inevitável não pode ser mais protelado.
O fim do meu início está prestes a acontecer.
E eu serei sobejamente sentimentos. 
Vida.

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